domingo, 4 de agosto de 2013

Processo eletrônico pretende dar maior acessibilidade a pessoas com deficiência

A justiça também tem que ser acessível, e para tanto vários órgão e entidades estão unidos para garantia do direito às pessoa com deficiência, conforme preconiza a Convenção sobre os Direitos da Pessoa com Deficiência.

A Ordem dos Advogados do Brasil - OAB/Federal está realizando vários trabalhos em prol desta inclusão, inclusive preocupada também com a acessibilidade da ferramenta do PJe. 

Mais independência no exercício da profissão às pessoa com deficiência.

ANA LÚCIA DE OLIVEIRA
Presidente da Comissão de Defesa dos Direitos da Pessoa com Deficiência da OAB/MG

01/08/2013 - 10h00


Luiz Silveira/Agência CNJ
Processo eletrônico pretende dar maior acessibilidade a pessoas com deficiência
A Justiça do Trabalho estuda incorporar ferramentas tecnológicas ao Processo Judicial Eletrônico (PJe) para garantir maior acessibilidade a pessoas com deficiências física. A ideia é ampliar o acesso ao sistema e possibilitar, por exemplo, que pessoas com deficiência visual ou motora consigam utilizar a ferramenta. O anúncio foi feito pelo presidente do Tribunal Superior do Trabalho (TST), ministro Carlos Alberto Reis de Paula, ex-integrante do CNJ, que irá encaminhar ao Conselho Superior da Justiça do Trabalho (CSJT) proposta para a inclusão de verba orçamentária destinada à garantia de acessibilidade na Justiça trabalhista.
Lançado oficialmente em junho de 2011, o PJe foi desenvolvido pelo CNJ em parceria com outros órgãos da Justiça e está em funcionamento em 31 tribunais, incluindo todos os Tribunais Regionais do Trabalho (TRTs) e os Tribunais de Justiça de Pernambuco, Paraíba, Mato Grosso, Minas Gerais, Rio Grande do Norte, Roraima e Rio Grande do Sul. A ferramenta confere maior agilidade à tramitação processual, permite que partes e advogados acompanhem o andamento dos processos pela internet, além de reduzir a utilização de papel no Judiciário, o que resulta em ganhos ambientais.
De acordo com o juiz auxiliar do CNJ Paulo Cristovão, o uso de tecnologias modernas aliadas ao PJe poderá facilitar o trabalho de magistrados, advogados e partes com alguma deficiência física. “No caso de pessoas com severa deficiência visual, por exemplo, é muito difícil que elas utilizem o processo em papel, sozinhas, sem contar com a ajuda de terceiros. Com o processo eletrônico, há a possibilidade de isso vir a acontecer no futuro, com o uso de software que transforma o texto em som”, afirmou Cristovão.

Além dos estudos sobre a utilização de ferramentas para facilitar o acesso a pessoas com deficiência, o presidente do TST determinou que o grupo responsável pela implantação do PJe na Justiça do Trabalho faça estudos para evitar doenças como Lesão por Esforço Repetitivo (LER) e estresse pelo aumento do tempo dispendido no computador com o processo eletrônico. Para o juiz auxiliar da presidência do CNJ Clenio Jair Schulze, a medida é positiva já que o computador é ferramenta muito utilizada no dia a dia do Judiciário, independentemente da utilização do processo físico ou eletrônico. “O uso do computador é uma necessidade de todos – e para tudo – e não apenas para o PJe. Além disso estudos sobre saúde e ergonomia do trabalho devem ser feitos independentemente do uso ou não do computador”, avaliou Schulze.
Justiça Eleitoral – Na última semana, a presidente do Tribunal Superior Eleitoral (TSE), ministra Cármen Lúcia, afirmou que a implantação do PJe na Justiça Eleitoral é uma das prioridades de sua gestão. Em visita ao Tribunal Regional Eleitoral do Amazonas (TRE/AM), a ministra ressaltou que, embora esse processo não acompanhe a mesma velocidade tecnológica da urna eletrônica, “é uma das formas de aproveitar a tecnologia e caminharmos nesse sentido, para alcançar o que outros ramos do Judiciário já possuem. O processo judicial eletrônico é, com certeza, uma das prioridades da minha gestão”, destacou. No TSE o PJe está em fase final de implantação.
Mariana Braga
Agência CNJ de Notícias com informações do CSJT e do TSE